quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ah!... SE EU FOSSE UM BANQUETEIRO MANHOSO...


O EXPRESSO de ontem, 10 de Agosto de 2013, na Capa e na pagina 3, últimos parágrafos, vem confirmar a minha "teoria", aqui exposta em Fevereiro de 2011.

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Se eu fosse dono de um banco manhoso...



Que esconde Cavaco?

http://www.youtube.com/watch?v=PU7Aajs3sTQ

Aldeia da Coelha: (também já conhecida por... "Coelha Nostra":

http://aeiou.visao.pt/visao-edicao-932-13-janeiro-2011=f585736


BPN/PSD/Cavaco: a "Coelha Nostra":

http://www.youtube.com/watch?v=hBLotgUKobs&feature=related


O mísero professor:

http://www.youtube.com/watch?v=9bcaNXB5JmQ&feature=player_embedded

http://tabusdecavaco.blogspot.com/

http://presidenciais2011.sapo.pt/info/artigo/1121594.html
(Texto escrito em 19 de Janeiro de 2011)

Se eu fosse  um BANQUETEIRO manhoso...

Sim... que aquilo a que chamavam BPN, não era um Banco...

Aquilo... ERA UM BANQUETE!!!!

 
Anda por aí tudo cheio, que um dos candidatos à Presidência da República lucrou uma pipa de massa com um "negócio de favor" com o BPN, ou com a SLN, que eram a mesma coisa e uma até já mudou de nome e o outro parece que vai também mudar (a gente paga tudo...).


Pois bem, pelos dados que têm sido publicados nos jornais (o Sr. Candidato não diz nada...) eu diria que, a ter sido com vem nos jornais, o negócio não foi assim um favor tão grande...


E passo a explicar:


Se eu fosse dono de um banco e andasse a captar uns dinheiros por formas híbridas, como se diz (como se diz... porque ainda não se sabe nada...  a Gente... só paga...), e tivesse um amigo que tivesse sido primeiro-ministro, é claro que faria tudo para tê-lo como cliente.


Sobretudo, como cliente daqueles "produtos" que servissem de veículos às tais captações híbridas de dinheiros, em que é necessário convencer os putativos investidores sobre a qualidade do produto.


Chamava o amigo e dizia-lhe que era do meu interesse tê-lo como cliente e dizia-lhe que tinha um excelente produto para lhe vender e recomprar ao fim de um ou dois anos.


E antes que ele abrisse a boca para se mostrar desinteressado, desculpando-se a dizer não ter dinheiro disponível, eu passava a explicar:


(vamos imaginar que o meu amigo era uma daquelas pessoas que confiam o seu dinheiro aos bancos e não se preocupam mais; vamos mesmo imaginar que, apesar de ter sido primeiro-ministro, não era especialista em coisas de dinheiro e eu tinha de lhe explicar "tudo")


___ «O meu caro amigo, não precisa ter dinheiro para fazer aqui um negócio que é bom para todos. Bem, para todos, não direi; mas para nós os dois. Então vamos por partes: Você assina-me aqui este documento, que é um empréstimo solicitado ao banco. O documento fica fechado no meu cofre, porque quem manda aqui sou eu, não é verdade?

Uns 100 mil Euros, por aí...


A fim de parecer mesmo um negócio mobiliário certinho, digamos, 105. 425 Euros, assim um número bicudo, está a ver?


Isto, formalmente, são acções que o meu amigo está a comprar ao valor nominal de 1Euro.


Se tudo correr bem, e para mais com o seu nome na carteira de clientes, o que ajuda a promover o produto, pelos meus cálculos, de hoje a dois anos, tenho aí uma fila de endinheirados à porta do gabinete para me comprarem esta tralha toda a 2,60, a 2,80 ou até mesmo a 3 Euros.

Isto não está cotado em Bolsa.


Por isso, sou eu quem faz os preços, está a ver?


Assim, nessa altura, é perfeitamente legítimo eu recomprar-lhe a sua papelada à razão de 2,40 ou 2,50 Euros, porque vou vendê-la e o banco vai lucrar com isso! É tudo absolutamente legal!

É claro que fica aqui um "buraco" contabilístico e financeiro, porque estes "papéis" tiveram no último trimestre um preço de procura de 2 Euros, em média; mas eu tenho autoridade para lhe fazer um preço, digamos, institucional, porque o meu amigo, para o meu banco, é, por si só, uma instituição. Isto é, com o prestígio do seu nome, qualquer banco faria um esforço para o ter como cliente. Logo, não vejo por que razão não poderia eu fazer o mesmo, nos limites da minha autoridade.

Você fica titular da dívida de 105. 425 Euros, mas nós guardamos os títulos que já têm o dobro do valor da dívida, apensos, como activos, à sua conta.

É um crédito legítimo, para um negócio legal que lhe é proposto. O que tem de especial? Apenas uma caução, que é a nossa amizade.


Passados os dois anos, em números redondos, a sua dívida fica saldada e arrecada o lucro, que andará pelos 140 mil Euros. Digamos que o banco lhe cobra juros de 7,5% ao ano (para ficar tudo certinho, não venha por aí, com os diabos, alguma investigação...), o meu amigo vai à sua vidinha com um saldo de 125.000 Euros, sem ter corrido nenhum risco nem ter imobilizado nenhum do seu capital (como dizem os velhotes, "na moeda antiga", são 25 000 continhos!...).

E eu, com o prestígio do seu nome cá em casa,


vendo papelada desta até me fartar.

Parece-me um excelente negócio. É ou não é?»




Isto sim!


Isto é que era um "negócio de favor" como por aí se diz.

Por isso eu digo:


se o Sr. Candidato teve de investir os seus 105.378 Euros,
o negócio não foi assim tão "de favor"... tão de amigo...


Eu, se fosse dono de um banco manhoso,
teria sido muito mais amigo!..


Agora perguntar-me-ão: __ e se fosses tu o ex primeiro-ministro, o que fazias?


Pois, não sei...
Se dizem que todo o homem tem o seu preço...

A mim, nunca ninguém me comprou e eu trabalhei para o Estado 36 anos;
mas se dizem que é uma questão de preço...

Eu não acredito!

Mas também não vou aqui arvorar-me em
donzela-imaculada-que-não-fala-com-estranhos,
porque disso já estamos servidos na nossa praça política.


Até porque, embora esta negociata por mim imaginada tenha um certo cheirinho a vigarice, haverá quem a entenda, em termos financeiros, como um negócio perfeitamente normal.

Mas quela coisa de não correr nenhum risco... para mim, colocando-me do outro lado da conversa, não é assim tão simples.

Pelo que, em boa verdade, não sei ao certo se aceitaria ou não.

Mas uma coisa, eu sei e tenho a certeza:
se aceitasse,

nunca me candidataria a nenhum cargo público,
 depois de uma rambóia destas!


Sobretudo, se o banco do meu amigo tivesse ido à falência...

Sobretudo, se essa falência fosse paga com sacrifícios dos contribuintes...


Sobretudo, se fosse "necessário" espoliar o vencimento salarial de alguns funcionários públicos (coisa nunca antes vista!...), para pagar os dinheiros roubados pelo meu amigo banqueiro.


Aí, sinceramente, eu acho que fazia uma de duas coisas:


oferecia os lucros ao Estado,


ou


emigrava para África.


Lá bem para o meio de África,
por ser a África  muito grande...
para que nunca mais ninguém me visse...

Porque há negócios assim: mesmo que sejam juridicamente legais

(em Portugal há até uma designação fabulosa:
            "não ilegais"...),

não são incorporáveis num curriculum de vida invejável...


Mas isto, é claro, isto é a gente a falar...

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